Igreja Católica Ortodoxa Hispânica
Santa Teresa de Calcutá
(Agnes Gonxha Bojaxhiu)
(1910 a 1997 d.C.)
Santa Teresa de Calcutá (Agnes Gonxha Bojaxhiu) nasce em Skoplje (Albânia), irmã mais nova de Ágata e de Lázaro, filha de Nicolau e de Rosa. Foi baptizada um dia depois de nascer em 26 de Agosto de 1910. A sua família pertencia à minoria albanesa que vivia no sul da antiga Jugoslávia. Pouco se sabe da sua infância, adolescência e juventude porque Madre Teresa tinha horror de falar de si. Nunca morou na Albânia; foi educada numa escola estatal da actual Croácia, durante os tristes anos da Primeira Guerra Mundial. Tinha uma voz muito bonita e logo se converteu na solista do coro da igreja da sua aldeia. E até dirigia o coro, lá pelos anos vinte. Frequentou a escola estatal não católica e ingressou na Congregação Mariana onde foi aperfeiçoando a formação cristã ao mesmo tempo que tomava conhecimento da vida da Igreja e abria o coração às necessidades do mundo. Particular impressão faziam-lhe as cartas que os missionários jesuítas da Índia escreviam e que eram comentadas em grupo. A miséria material e espiritual de tanta gente tocava o seu coração. Aos dezoito anos surge-lhe o pensamento da consagração total a Deus na vida religiosa. Obteve o consentimento dos pais, por indicação do sacerdote que a orientava, entrou no dia 29 de Setembro de 1928 para a Casa Mãe das Irmãs de Nossa Senhora de Loreto, em Rathfarnham, perto de Dublin (Irlanda). O seu sonho era a Índia, o trabalho missionário junto dos pobres. Sabedoras desta aspiração da jovem jugoslava, as superioras decidiram que ela fizesse o noviciado já no campo do apostolado. Por isso, ao fim de poucos meses de estadia na Irlanda, Agnes partiu para Índia em 1931. O ideal que brilhara pela primeira vez na sua vida aos doze anos começava a concretizar-se. Foi enviada para Darjeeling, local onde as Irmãs de Loreto possuíam um colégio. Ali fez o noviciado. No dia 24 de Maio de 1931, faz a profissão religiosa, emitiu os votos temporários de pobreza, castidade e obediência tomando o nome de Teresa. Houve na escolha deste nome uma intenção, como ela própria diz: a de se parecer com Santa Teresa de Jesus, não com a grande santa espanhola, mas com a humilde carmelita Teresa de Lisieux que ensinou aos homens do nosso tempo o caminho da infância espiritual. De Darjeeling passou a Irmã Teresa para Calcutá. Tendo frequentado uma carreira docente, passa a ensinar Geografia no Colégio de Santa Maria, da Congregação de Nossa Senhora do Loreto, em Calcutá. Mais tarde foi nomeada Directora. Irmã Teresa gostava de ensinar. As alunas estimavam-na porque era uma excelente professora, sempre dedicada e atenta a todos os problemas. Havia muito humanismo nas suas palavras e atitudes. Embora cercada de menina filhas das melhores família de Calcutá, impressionava-se com o que via quando saia à rua: os bairros de lata com cheiros nauseabundos, crianças, mulheres e velhos famélicos. Faz a profissão perpétua a 24 de Maio de 1937. O dia 10 de Setembro de 1946 ficou marcado na história das Missionárias da Caridade e, obviamente, no livro da vida da Madre Teresa como o "dia da inspiração". Numa viagem de trem ao noviciado do Himalaia, recebe uma claríssima iluminação interior: dedicar a sua vida aos mais pobres dos pobres. Relatou-o assim: "Em 1946, ia de Calcutá a Darjeeling, de trem, para fazer o meu retiro. Nunca é fácil dormir nos trens, mas tentar fazê-lo num trem da Índia é impossível: tudo range, há um penetrante odor de sujidade pelo amontoamento de homens e animais, todo um detrito de humanidade, cestos, galinhas cacarejando... Naquele trem, aos meus trinta e seis anos, percebi no meu interior uma chamada para que renunciasse a tudo e seguisse Cristo no subúrbios, a fim de servi-lo entre os mais pobres dos pobres. Compreendi que Deus desejava isso de mim..." Irmã Teresa pensava nos pobres de Calcutá que todas noites morrem pelas ruas e que na manhã seguinte, são lançados para o carro da limpeza como se fossem lixo. Não! Ela não conseguia habituar-se a esse terrível espectáculo de pessoas esqueléticas morrendo de fome ou pedindo esmola pelas ruas. A longa e dolorosa meditação que fizera terminou com uma pergunta muito concreta: que poderei fazer por estes infelizes? Aqui a angústia da sua alma cresceu. Amava a Congregação, gostava de ensinar... quase nada poderia fazer dentro dos regulamentos a que amorosamente se sujeitara e que cumprira com toda a fidelidade. Mas Deus não pediria mais? Não seria talvez necessários ir ter com as superioras e com as autoridades eclesiásticas e expor-lhes frontalmente o problema, pedir-lhes até autorização para fazer a experiência de se colocar totalmente ao serviço dos mais pobres? Foi assim, com todas estas interrogações que a Irmã Teresa viveu o seu retiro daquele ano. Na oração e na meditação daqueles dias, mais se confirmou que a aspiração que lhe brotava do fundo da alma não era um capricho mas manifestação da vontade de Deus. Tendo regressado a Calcutá, foi ter com o Arcebispo Mons. Fernando Périer a quem expôs o seu plano. Ele ouviu atentamente e, no fim, calmo, frio, disse um não absoluto que não deixou hipóteses para qualquer dúvida. A Irmã Teresa aceitou humildemente a recusa. Mais tarde comentá-la-á assim: "Não podia ter sido outra a sua resposta. Um bispo não pode autorizar a primeira religiosa que se lhe apresenta com projectos raros sob pretexto de que essa parece ser a vontade de Deus". Voltou às lides diárias que cumpria cada vez com maior dedicação e entusiasmo. O carinho das alunas demonstrado de tantas maneiras e a amizade das companheiras não lhe fizeram esquecer a imagem horrorosa dos doentes e dos famintos que morriam pelas ruas de Calcutá. Mas por vezes, apresentava-se-lhe angustiosa esta pergunta: não será tudo isto uma tentação do demónio? Um ano depois, foi ter novamente com o Arcebispo. Levava nos lábios o mesmo pedido e no coração a mesma disposição para aceitar, com humildade e alegria, a resposta qualquer que ela fosse. Mons. Périer escutou, mais uma vez, as razões da Irmã Teresa. A sua simplicidade, fervor e persistência convenceram-no de que estava perante uma manifestação da vontade de Deus. Por isso, desta vez, mais afável, aconselhou: - Peça primeiro autorização à Madre Superiora. A Irmã Teresa escreveu prontamente uma carta expondo o seu plano. A Superiora viu nessas linhas a expressão da vontade de Deus. O que aquela religiosa pedia era algo muito sério e exigente. Por isso, respondeu-lhe nestes termos: "Se essa é a vontade de Deus, autorizo-te de todo o coração. De qualquer maneira, lembra-te sempre da amizade que todas nós te consagramos. Se algum dia, por qualquer razão, quiseres voltar para o meio de nós, fica sabendo que te receberemos com amor de irmãs". Mons. Périer pediu autorização a Roma para Irmã Teresa deixar as Irmãs de Loreto, "para viver só, fora do claustro tendo Deus como único protector e guia, no meio dos mais pobres de Calcutá". A resposta do Santo Padre Pio XII chegou no dia 12 de Abril de 1948. Nela se concedia a desejada autorização sublinhando-se que, embora deixando a congregação de Nossa Senhora de Loreto, a Irmã Teresa continuava religiosa sob a obediência do Arcebispo de Calcutá. Só em 08 de Agosto de 1948 ela deixou o colégio de Santa Maria. Custou-lhe imenso: a ela, às companheiras, às alunas. Depois dirigiu-se para Patna, para fazer um breve curso de enfermagem que julgava de imensa utilidade para a sua actividade futura. Em 21 de Dezembro obtém a nacionalidade indiana. Data que reunia um grupo de cinco crianças, num bairro imundo, a quem começou a dar escola. Pouco a pouco, o grupo foi aumentando. Dez dias depois eram cerca de cinquenta. Tendo abandonado o hábito da Congregação de Loreto, a Irmã Teresa comprou um sari branco, debruado de azul e colocou-lhe no ombro uma pequena cruz. Será o seu novo hábito, o vestido duma modesta mulher indiana. Com o alfabeto a irmã dava lições de higiene (muitas vezes iniciava a aula lavando a cara aos alunos) e de moral. Depois ia de abrigo em abrigo levando, mais que donativos, palavras amigas e as mãos sempre prestáveis para qualquer trabalho. Não foi preciso muito tempo para que todos a conhecessem. Quando ela passava, crianças famintas e sujas, deficientes, enfermos de todas a espécie gritavam por ela com os olhos inundados de esperança: Madre Teresa! Madre Teresa! Mas o início foi duro. Ela sentiu a angústia terrível da solidão. Um dia, depois de dar voltas e mais voltas, à procurada duma casa, era preciso um tecto para acolher os abandonados, pus-me a caminho para achá-lo. Caminhei e caminhei ininterruptamente, até que já não pude mais. Então compreendi até que ponto de esgotamento têm que chegar os verdadeiros pobres, sempre em busca de um pouco de alimento, de remédio, de tudo. A lembrança da tranquilidade material de que gozava no convento de Loreto e por teu amor, desejo permanecer aqui e fazer o que a tua vontade exige de mim. Não! Não voltarei atrás. A minha comunidade são os pobres. A sua segurança é a minha. A sua saúde é a minha. A minha casa é a casa dos pobres. A sua segurança é a minha. A sua saúde é a minha. A minha casa é a casa dos pobres; não apenas dos pobres mas dos mais pobres dos pobres. Daqueles de quem as pessoas já não querem aproximar-se com medo contágio e da porcaria porque estão cobertos de micróbios e vermes. Daqueles que não vão rezar, porque não podem sair nus de casa. Daqueles que já não comem porque não têm força para comer. Daqueles que se deixam cair pelas ruas, conscientes de que vão morrer, e ao lado dos quais os vivos passam sem lhes prestar atenção. Daqueles que já não choram, porque se lhes esgotaram as lágrimas; Dos intocáveis. Há fatos curiosos na vida de Madre Teresa em que podemos ver um sinal da aprovação de Deus à sua obra. Ela mesma conta: "Era a minha primeira volta pelas ruas de Calcutá depois de ter deixado Loreto e ter regressado de Patna. A certa altura aproximou-se mim um sacerdote pedindo-me um donativo para uma colecta que estava a realizar-se a favor da boa imprensa. Tinha saído de casa com cinco rupias. Já tinha dado quatro aos pobres. Entreguei-lhe a única rupia que me restava. Ao entardecer, o mesmo sacerdote veio ao meu encontro com um envelope. Disse-me que lhe tinha sido dado por um senhor desconhecido que ouvira falar dos meus projectos e me queria ajudar. No envelope vinham cinquenta rupias. Naquele momento tive a sensação de que Deus começava a abençoar a minha obra e que nunca me abandonaria". Em 19 de Março de 1949 uma outra bênção de Deus foram as vocações que começaram a surgir precisamente entre as suas antigas alunas. A primeira foi Shubashini Das. Era uma linda jovem, dotada de bastante inteligência, filha de uma boa família. Disse-lhe: - Madre Teresa, se me aceitar, estou disposta a ficar consigo e a colocar a minha vida ao serviço dos pobres. - Minha filha, pensa melhor, reza mais e, daqui a algum tempo, vem ter novamente comigo. Era quase o mesmo conselho que Mons. Périer lhe tinha dado, tempos atrás. a jovem foi, prensou, rezou e no dia 19 de Março de 1949, dia de São José, era aceite na nova Congregação, que começava a surgir, escolhendo como nome para vida religiosa o nome de baptismo da sua antiga professora: Agnes. A esta outras se seguiram. Sem qualquer propaganda. Apenas atraídas pelo testemunho daquelas que se chamariam, mais tarde, Missionárias da Caridade. Madre Teresa conta assim o início da congregação: "Uma a uma, a partir de 1949, vi chegar jovens que tinham sido minhas alunas. Vinham com o desejo de dar tudo a Deus e tinham pressa em fazê-lo. Despojavam-se, com íntima satisfação, dos seus saris luxuosos para revestir-se do nosso humilde sari de algodão. Vinham sabendo que se tratava de algo difícil. Quando uma filha das velhas castas se coloca ao serviço dos párias, trata-se de ma revolução. A maior. A mais difícil de todas: a revolução do amor! Uma vida mais regular começou então para a nossa pequena comunidade. Abrimos escolas enquanto continuávamos a visita aos bairros de lata. As vocações afluíam e a nossa casa tornou-se muito pequena. Ainda em 1949, começa a escrever as constituições das Missionárias da Caridade, nome que dá à sua Congregação... O primeiro trabalho com os doentes e moribundos recolhidos na rua era lavar-lhes o rosto e o corpo. A maior parte não conhecia sequer o sabão e a espuma metia-lhes medo. Se as Irmãs não vissem nestes infelizes o rosto de Cristo, o trabalho tornar-se-lhes-ia impossível. Nós queremos que eles saibam que há pessoas que os amam verdadeiramente. Aqui eles encontram a sua dignidade de homens e morem num silêncio impressionante... Deus ama o silêncio. Os pobres não merecem só que os sirvamos, merecem também a alegria e as Irmãs oferecem-na em abundância. O próprio espírito da nossa congregação é de abandono total, de amor confiante e de alegria... É a nossa regra, para procurarmos "fazer alguma coisa de belo por Deus!" A lista dos bens das Irmãs é pequena: um prato esmaltado e coberto, dois saris baratíssimos, um jogo de roupa interior grosseira, um par de sandálias, um pedaço de sabão guardado numa caixa de cigarros, um travesseiro e um colchão extremamente delgado, acompanhado de um par de lençóis e, para completar tudo, um balde metálico com o respectivo número. Assim, com o colchão enrolado debaixo do braço e as restantes coisas colocadas no balde, a Irmã que viaja leva todos os bens consigo. Ao menor sinal, as Irmãs estão preparadas para partir: "Com um pouco de treino, diz uma delas consigo estar pronta para partir em trinta minutos." A Congregação de Madre Teresa, foi aprovada pela Santa Sé em 07 de Outubro de 1950. Em Agosto de 1952, abre o lar infantil Sishi Bavan (Casa da Esperança) e inaugura o seu famoso "Lar para Moribundos", em Kalighat, ao qual dedica as suas melhores energias físicas e espirituais. A partir dessa data, a sua Congregação começa a expandir-se de maneira irresistível pela Índia e por todo o mundo. Na Índia, principia por Ranchi e continua depois por Nova Delhi e Bombaim; nesta cidade, será recebida pelo Papa São Paulo VI em 1964. A obra de Madre Teresa cresceu rapidamente. Não trazia esquemas pré-fabricados. O ritmo e as iniciativas eram marcadas pelo inesperado de cada dia. No ano de 1952 percorria, como de costume, as ruas prestando ajuda aos mais necessitados. De repente, parou diante de um espectáculo horripilante: uma mulher agonizava no meio de escombros, roída pelos ratos pelas formigas. Madre Teresa aproximou-se e ouviu um queixume em voz muito ténue: E dizer que foi o meu próprio filho que me lançou para aqui! Recolheu-a e levou-a ao hospital mais próximo. Quando viram aquele semi-cadáver responderam a Madre Teresa: - Aqui não há lugar para estes casos! Não podemos aceitar essa mulher! - Pois eu não sairei daqui enquanto vós a não receberdes. A mulher entrou mas morreu pouco depois. De regresso a casa, Madre Teresa pensou na sorte dos moribundos que todos dias morrem pelas ruas de Calcutá sem ninguém lhes prestar assistência. A imprensa tinha abordado este problema precisamente naqueles dias. Madre Teresa aproveitou a oportunidade e disse à autoridades: - Dêem-me um local que eu encarrego-me de tratar dos moribundos. Deram-lhe duas grandes salas de um edifício contíguo ao templo da deusa Kali denominado "Casa do Peregrino" porque servia de dormitório aos peregrinos. Ela mudou-lhe o nome. Chamou-lhe "Casa do Moribundo." Os bonzos não levaram a bem esta entrega duma dependência sagrada a uma mulher católica. Consideraram-na uma profanação. Resolveram, por isso, encarregar um de espiar todos os movimentos da religiosa e de, no momento oportuno, desfazer-se dela. Tendo conhecimento deste plano, Madre Teresa apresentou-se ao chefe e disse-lhe: - Se querem matar-me, matem-me agora mesmo, mas não façam mal aos meus pobres moribundos. Ele ficou surpreendido com a atitude valorosa desta mulher que veio confirmar as boas informações já dadas pelo espião: - Observei com todo o cuidado a acção daquela mulher e a minha impressão foi de que, ao olhar para ela, me pareceu ver a própria deusa Kali em acção. Não façais, portanto, mal a essa mulher. Pouco a pouco, os bonzos tornaram-se seus amigos. Para isso contribuiu muito um facto que a própria Madre Teresa conta assim: "Um desses bonzos contraiu a tuberculose. Nenhum hospital o teria recebido. Nós fizemos todo o possível para o curar. Os seus companheiros vinham vê-lo. Ao princípio blasfemava contra Deus levado pelo desespero da sua doença. Da nossa parte não nos poupávamos a esforços para lhe sermos agradáveis e minorar a suas dores. Pouco a pouco, a sua atitude foi mudando. Chegou até a pedir a bênção antes da morte que foi muito serena. Os seus companheiros não conseguiam explicar o que tinha acontecido. Depois disto, os sacerdotes da deusa Kali nunca deixaram de demonstrar-nos a sua amizade e até de dar-nos a sua colaboração. Na Catedral do Santíssimo Rosário, em Abril de 1953, as primeiras Missionárias da Caridade fazem os seu votos religiosos. A ordem é aprovada pela Santa Sé a 01 de Fevereiro de 1965 e, com a protecção da aprovação pontifícia, estende-se por toda a Índia. Ainda em 1965, funda no dia 26 de Julho a sua primeira casa na América Latina, concretamente na Venezuela, na arquidiocese de Barquisimeto, em 1967, abre outra no próprio coração da cristandade, em Roma, por desejo expresso do Papa São Paulo VI; mais adiante, o Papa São João Paulo II dar-lhe-á de presente uma casa dentro do próprio Vaticano.
Com S.S. o Papa São João Paulo II
A partir de 22 de Agosto de 1968, a Congregação estende-se por outras regiões: Ceilão, Itália, Austrália, Bangladesh, Ilhas Maurícias, Peru, Canadá, etc. 08 de Dezembro de 1970. As Missionárias da Caridade abrem a sua primeira casa em Londres e fixam aí o aspirantado e noviciado para a Europa e América. Em 1973, abre uma casa em Gaza, na Palestina, para atender os refugiados, e celebra a primeira Assembleia Internacional dos colaboradores das Missionárias da Caridade, instituição cujos estatutos tinha sido aprovados em 1969, e que reúne centenas de milhares de pessoas de todo o mundo: 50.000 leigos, aos quais é preciso acrescentar todos os doentes e todos os que sofrem e oferecem a sua dor pelas intenções da Madre Teresa. Em 15 de Junho de 1976, precisamente em Nova York, que era, no entender dela, o lugar mais necessitado de oração, funda o ramo contemplativo das Missionárias da Caridade. E em Dezembro de 1976, inaugura centros de assistência no México e Guatemala. Recebe o Prémio Nobel da Paz em 15 de Outubro de 1979. Ainda no mesmo ano, o Papa São João Paulo II recebe-a em audiência privada e ela converte-se, sem nunca ter estudado diplomacia, na melhor "embaixadora" do Papa em todas as nações, fóruns e assembleias do universo. Skoplje nomeia-a "Cidadã Ilustre". Muitas universidades conferiram-lhe o título "Honoris Causa". E ainda em 1980, recebe a Ordem "Distinguished Public Service Award" nos EUA. Em 1981, inaugura em Berlim oriental a primeira das suas fundações em países submetidos ao marxismo. Anos mais tarde, será recebida por Mikhail Gorbachov e abrirá uma casa na Rússia. E o mesmo fará em Cuba. Em 1983, estando em Roma, sofre o primeiro grave ataque do coração. Tinha 73 anos. Foi muito bem atendida e o médico disse-lhe: "A senhora tem coração para mais trinta anos". Tomou isso ao pé da letra e nem febre alta a fazia descansar. Em Setembro de 1985, é reeleita Superiora das Missionárias da Caridade pelo Capítulo Geral da Congregação. Só outra Irmã, Irmã Josepha Michael, viu o seu nome escrito num dos votos: o que fora depositado na urna eleitoral pela Madre Teresa... Os outros 66 foram unânimes. Nesse mesmo ano, recebe do Presidente Reagan, na Casa Branca, a Medalha presidencial da Liberdade, a mais alta condecoração do país mais poderoso da terra. Participa de Sínodos, como o de 1986, e dos actos do Ano Mariano de 1987 e do Ano Santo da Redenção, bem como das viagens papais. Em Agosto de 1987, vai à União Soviética e é condecorada com a Medalha de ouro do Comité Soviético da Paz. Pouco depois, visita a China e a Coreia. Em Agosto de 1989, realiza um dos seus sonhos: abrir uma casa na sua Albânia natal que, apesar de ser um dos países mais pobres, injustos e atrasados do planeta, até há pouco fazia gala de ser o país mais ateu do mundo, o único em cuja Constituição figurava paradoxalmente o ateísmo como "religião do estado". Em Setembro de 1989, sofre o seu segundo ataque do coração e corre sério risco de vida, mas recupera-se e retoma o seu incrível trabalho com mais ardor e vigor do que antes, apesar do marca passo. Em 1990, pede ao Papa para ser substituída no seu cargo, mas volta ser reeleita por outros seis anos, até 1996, e o Papa torna a confirmá-la - Já o fizera outra vez antes - como Superiora das Missionárias da Caridade. A Madre Teresa nunca perdia uma oportunidade para levar todos aqueles com quem se cruzava, independentemente da sua origem, da sua posição social ou da sua religião, a encontrar-se com Cristo. - "Vamos, primeiro, cumprimentar o dono da casa". Era com essa frase simples que costumava receber a maior parte das personalidades - por exemplo, o então Primeiro-Ministro Nehru -, que vinham conhecer a casa das Missionárias da Caridade, dirigindo-as resolutamente à capela do Santíssimo Sacramento. No dia 05 de Setembro de 1997, depois de sofrer uma última parada cardíaca, foi a vez de ela poder encontrar-se, desta vez definitivamente, com o Dono e Senhor da sua alma. Uma fila de quilómetros formou-se durante dias a fio, diante da igreja de São Tomé, em Calcutá, onde o seu corpo estava sendo velado. Ao fim de uma semana, como muitos milhares de pessoas ainda queriam dizer-lhe o último adeus, o corpo da Madre foi transladado ao Estádio Netaji, onde o Cardeal Ângelo Sodano, Secretário de Estado do Vaticano, celebrou a Missa de corpo presente. O mesmo veículo que, em 1948, transportara o corpo do Mahatma Gandhi foi utilizado para realizar o cortejo fúnebre da Mãe dos pobres. Foi canonizada e elevado ás honras dos Altares, em toda a nossa Jurisdição Canónica, pelo Decreto Primacial A042/GP, de 17 de Junho de 2005.
Decreto
Junto a São Roger de Taizé (Roger Schutz)
Junto ao Arcebispo Dom António José da Costa Raposo
Home / Biografias Gerais / Santos da ICOH