Igreja Católica Ortodoxa Hispânica

 

Declaração sobre os motivos de saída da Comunidade de São Jorge
da comunidade da Igreja Apostólica Católica Ortodoxa

Deixamos aqui um breve relato das situações que conduziram a esta penosa situação da auto-exclusão da comunidade monástica e paroquial de São Jorge de Coimbra, da obediência e jurisdição da Igreja Apostólica Católica Ortodoxa na figura do seu Arcebispo Primaz, D. Armando Monteiro. Aos 01 de Agosto do Ano do Senhor de 2011, a comunidade monástica e paroquial reunida em assembleia, depois de ouvidos os clérigos e os fiéis presentes, achou por bem pedir ao Rev. Pe. Prior Humberto Rolo, superior da comunidade que iniciasse o processo de auto-exclusão da jurisdição e obediência que manteve até então à Igreja Apostólica Católica Ortodoxa. Situação esta que se veio arrastando desde a fundação da comunidade em 2007, tornou-se cada vez mais insustentável, aumentando a barreira que já separava os monges do seu Arcebispo que afinal não apoiava a criação desta comunidade. Na última reunião entre o Rev. Pe. Prior e o Sr. Arcebispo D. Armando (realizada a 19 de Julho), o mesmo declarou que não tinha sido desejo do mesmo esta fundação e que todo o trabalho até aqui realizado para ele não tinha qualquer legitimidade ou valor; contrariando o apoio inicial e até a emissão de documentos canónicos da erecção do Priorado, emitidos, assinados e carimbados pelo próprio Arcebispo.

Documentos do Padre Humberto na IACO

Esta situação existe devido à não existência de um edifício monástico; em teoria existe um «Mosteiro da Ressurreição» mas não há edifício, nem monges, nada! Em Lisboa o que existia eram documentos, papel e pouca ou nenhuma vontade de vida comunitária! E a fundação do Priorado surge no âmbito da iniciativa do Pe. Prior Humberto Rolo e do monge Frei Rafael, que desejavam dotar a Ordem com uma casa que sim, fosse a semente de um mosteiro futuro. Esta mesma directriz era aconselhada ainda em 2006 pelo mesmo Sr. Arcebispo aos clérigos que trabalhassem no sentido da criação de igrejas locais. Que será que mudou neste espaço de tempo? Para piorar o afastamento, nunca em tempo algum o Sr. D. Armando se esforçou para ser pai e pastor da comunidade monástica, nunca contactou directamente com os monges ou mesmo com a comunidade paroquial no sentido de incentivo e até mesmo, pelo contrário transpareceu um nítido e completo desprezo por aqueles que nunca traíram a amizade e amor filial que lhe devotaram ao longo destes anos. Mesmo assim, várias vezes o Pe. Prior pediu a intervenção do Arcebispo Armando Monteiro, no sentido de ser mais paternal com os seus fiéis; coisa que infelizmente nunca aconteceu com esta comunidade de São Jorge, começando a comunidade a sentir-se isolada e abandonada pelo seu próprio bispo. Outro factor foi a questão dos exorcismos, para os quais o Sr. D. Armando tinha dado poderes expressos de acompanhamento e tratamento desses casos delicados ao Pe. Humberto, segundo consta de documento próprio publicado em diário da mesma Igreja, mas segundo testemunho de fiéis os casos que se apresentavam em Lisboa nunca lhes era dada alternativa de recorrer a Coimbra e segundo testemunhos da própria comunidade de Lisboa até se aconselhava a não recorrer à comunidade de São Jorge, porque éramos uns «padres frustrados» e eles em Lisboa é que eram os bons! Infelizmente não foi só um ou dois casos isolados, e quando foram pedidas explicações a Lisboa sobre esta actuação, invariavelmente vociferavam e ameaçavam com tudo e mais alguma coisa, no sentido de calar os nossos justos protestos.

A comunidade de São Jorge nunca escondeu a sua pena e insatisfação de ver Lisboa publicar anúncios de exorcismo em jornais, revistas e noutros meios da mídia, rádio e também na televisão, aparecendo junto a bruxos, videntes, médiuns e demais ocultistas, contrariando só por tal aparição publica o mais básico do sentido cristão, sendo tal comportamento num padre da Igreja altamente herético e passivel segundo as Regras e Tradição Apostólica de excomunhão automática, transparecendo mais um comércio sagrado do que uma comunidade eclesial. Sempre pensamos que seria uma loucura passageira, mas tal não aconteceu. Aliás esta mesma Igreja não tem mais nada em Portugal senão a sua sede em Lisboa, não há paróquia, não há catequese, não há serviço social, nada a não ser missas ditas de libertação; que segundo palavras de fiéis desta comunidade de São Jorge que lá se deslocou, eram missas para louvar um homem-arcebispo e não a Deus; além de que o grande negócio é o exorcismo, onde até nisso existe uma misturada nada cristã com pedras, cristais,pergaminhos, chave para fechar cofre e sabe-se lá mais o quê… perguntamos o seguinte: onde é que estas coisas estão nos rituais sejam eles da igreja ortodoxa ou romana? Pois é, não há destas coisas! Ao contrário, foi devido ao esforço desta comunidade de fazer nesta área delicada um serviço sério e segundo as normas estabelecidas pelo Ritual e pelo Direito Canónico, que nos valeram sérios azedumes com o mesmo Arcebispo, porque seguindo estas directrizes não se faz dinheiro, mas ajuda-se as pessoas. E este trabalho, segundo vários fiéis e testemunhas credíveis é bastante elogiado pelos fiéis que nos têm procurado no sentido de uma ajuda espiritual, sendo salientado o bom acolhimento dos monges, o bom ambiente da própria comunidade paroquial, a ausência de falatórios e o clima de oração em que se vive; infelizmente tudo isso provocou sérias invejas e falatórios em Lisboa. O caso mais caricato foi a realização de obras na Igreja de Lisboa que se inspirou largamente nas obras da Igreja de Coimbra, porque ao contrário do que se julgue, o Mosteiro em si não tem luxos, o luxo foi reservado para a Casa de Deus. Apesar destas situações, a comunidade dos fiéis  mais antigos de Lisboa; sobretudo os que por vários motivos pessoais e de consciência se têm afastado nos últimos anos; reconhece no nosso Pe. Prior um valoroso sacerdote e muitos confessam-se e orientam-se espiritualmente em exclusivo com o Pe. Humberto e não com os clérigos de Lisboa, pois lá não há confissões, nem tempo para ouvir os fiéis. Dos tempos de sacerdote em Lisboa elogiam que foi um bom liturgista, confessor, catequista e formador, que nem sempre teve a vida fácil devido a colegas invejosos e ansiosos por dinheiro e poder. Sabemos bem que esta decisão da comunidade trouxe a muitos fiéis de Lisboa uma grande desilusão, mas devido também à passividade destes fiéis que também nada fizeram em prol de Coimbra, não podemos calar a revolta perante situações que fizeram transbordar a insatisfação, a dor e revolta desta comunidade de São Jorge. À parte destas mesmas situações acumulam-se situações de humilhações aos monges, de «apostas» feitas sobre a ruína do trabalho apostólico em Coimbra, além de uma séria guerrinha psicológica desenvolvida pelos fiéis em conluio com o próprio Arcebispo de tentarem que desistíssemos de Coimbra e voltássemos para Lisboa. Perguntamos: e que seria dos fiéis de Coimbra, de Aveiro e do Porto? Também dos fiéis de Lisboa que se diziam amigos e admiradores, nunca houve esforço algum para uma visita à nova fundação, mantendo as aparências aquando das deslocações dos monges a Lisboa, que gradualmente foram sendo menos, também devido á não atenção dada ao andamento da comunidade nascente. Mas a gota de água prendeu-se com dois factores: a ordenação presbiteral do Sr. Armando (Frei Miguel) e a tentativa da criação da comunidade paroquial do Porto-Maia. No primeiro caso, o Arcebispo sabia bem das reservas que os monges mantinham acerca do Frei Miguel – irmão oblato, que além da pouca ou nenhuma formação teológica-litúrgica, viu apenas na igreja o negócio do exorcismo segundo o modelo de Lisboa; aliás somos testemunhas de que foi ordenado ao diaconado somente por guardar a porta da igreja; apesar dos nossos protestos. Também este com o passar do tempo sofreu as consequências do afastamento, quando tentou criar em Marinhais – Santarém uma comunidade, comunidade essa inexistente, sendo apenas uma capela «consultório» e infelizmente segundo testemunhos credíveis de pessoas que lá recorreram, o mesmo Frei Miguel fazia-se passar por padre (sacerdote) quando era apenas diácono.

 

 

É do conhecimento que várias vezes o próprio Arcebispo teve de intervir em situações criadas por este senhor, que chegou a ser algo de queixas judiciais, que terminaram em acordos de ambas as partes; escuasado será de dizer que isto foi mantido no máximo dos segredos. Desde trintários (missas) que cobrava sem mandá-las celebrar, a óleos miraculosos que dizia serem feitos com as «lágrimas de nossa senhora»; sim da mesma que alegadamente chora no Santuário de Lisboa; a medalhas muito miraculosas, foram várias as queixas que fizemos seguir para Lisboa, sem qualquer resposta e sem o mínimo interesse de deslindar o caso! Haveria conluio entre Lisboa e Marinhais? Daí que os monges sempre se opuseram à ordenação sacerdotal que foi levada a cabo no dia 03 de Julho e não no dia 29 de Junho que consta do blogue da Igreja. Para tal nem sequer os monges foram avisados, nem muito menos convidados para o acto, o que só por si revela um desprezo da hierarquia pelos seus clérigos. Ainda na reunião de dia 19 de Julho o Pe.Prior perguntou ao Arcebispo se tinha a devida noção da aberração que tinha cometido, sendo respondido que não era minimamente responsável pelos actos pessoais das «asneiras» que o Pe. Miguel fizesse, e que o próprio teria de responder por elas, caso isso viesse a acontecer. Achamos que esta posição só revela bem a índole do próprio Arcebispo perante o próprio clero, quer ser servido e não servir como Pastor! A última situação foi a fundação do Porto, que seria espiritualmente assistida pelos monges de Coimbra e que desde sempre houve um NÃO, apesar dos pedidos constantes de fiéis e porque já existe um núcleo mínimo para assegurar as celebrações de maneira regular. Aquando apresentação da proposta ao Arcebispo, este afirmou que a intenção dele era somente abrir um «consultório» de ajuda espiritual, ao qual respondemos que o povo além disso queria a Santa Missa e os Sacramentos; a resposta foi pronta de que não tinha tempo para missas! Quem age assim, não tem em tempo algum a visão da salvação do rebanho confiado, mas sim uma fonte de rendimento. Apresentadas todas estas situações que foram do conhecimento geral de fiéis, amigos, familiares e até autoridades de outras confissões religiosas, foram unânimes no seu aconselhamento que mantermo-nos ligados canonicamente a tais pessoas só iria fazer com que a comunidade não evoluísse, fosse perseguida até vilipendiada pela hierarquia. Assim sendo, depois dos contactos preliminares, pedimos audiência ao Reverendíssimo Arcebispo Primaz Katholikos, Mons. Dom Paulo Jorge de Laureano, da Igreja Católica Ortodoxa Hispânica; que tem a particularidade de reunir todos os padres que saíram da jurisdição do Sr. D. Armando, por motivos bastante similares de perseguição e de desprezo pessoal a que foram votados; se reflectirmos um pouco nisto, não à vocação que aguente sob tal despotismo clerical. Ao bom acolhimento e atitude fraternal, ao apoio demonstrado e gratidão pessoal de amizade que une Dom Paulo ao nosso Pe. Prior desde ainda colegas da Igreja do D. Armando, foi realizada uma visita preliminar à comunidade de São Jorge pelo mesmo Arcebispo nos dias 13, 14 e 15 de Agosto, no qual em apoteose foi recebido pelos fiéis e naturais da terra, que lhe demonstraram imediato carinho e afecto. Chegados a consenso e consultada a comunidade dos monges e fiéis publicamente, aceitou o Sr. Arcebispo Dom Paulo acolher-nos na sua comunidade eclesial. Desde essa data que estamos ligados em nova obediência a uma nova Igreja Ortodoxa e a um novo Superior – Arcebispo Primaz. Aquando do anúncio das ordenações diaconais que decorreram a 30 de Outubro, foi lançada uma pseudo-excomunhão do anterior Arcebispo, que aliás é anti-canónica, plena de vingança e denegrimento ao nome e imagem do Pe. Humberto Rolo e das comunidades ligadas ao Mosteiro que preside.

Anúncio dos Ordenações Diaconais

Pseudo-Excomunhão

Para tal peço aos leitores que acedam à página do Site da Igreja Católica Ortodoxa Hispânica e vejam na sub-secção Comunicados da Sé Apostólica a publicação sobre esta dita excomunhão. Foi com este dever de informar que este processo é apenas uma mera vingança, um lavar de roupa nada digno, devido à humilhação que passou o muito "Beatissimo" D. Armando, que além de mau pastor de almas, se compraz a comprar guerrinhas de faz de conta com que não deve. Logo na declaração inicial fala que «são ortodoxos e usam vestes romanas», vejam bem o que o mesmo D. Armando veste na missa: paramentos romanos! Então? Em que ficamos? São vocês os bons e nós os hereges? Esta comunidade orgulha-se de tentar fazer um trabalho muito sério e segundo o que os rituais, normas, leis e tradição eclesial ordenam! E pegar em situações que sejam, tais como quem foi que ordenou quem ou sagrou quem, também Lisboa não tem muito que falar, pois ao menos nunca pesou contra o Pe. Humberto, o Frei Rafael ou mesmo o Diácono Paulo, quaisquer processos judiciais de burla, extorsão, abusos sexuais ou de que outro género fosse. E para terminar uma palavra pessoal ao Sr. D. Armando, caso ele se digne ler esta declaração: já se esqueceu de quem é e de onde veio? Afirma-se Príncipe de Kostamonte ou Laskaris e não sabe ser digno do sangue real que alega ter?

Onde numa casa real se vê um dos seus membros descer assim tão baixo? Onde um chefe de Igreja; Arcebispo Primaz; tal como se afirma ser, desce a este nível? Onde está o processo eclesiástico do tribunal competente que devia julgar o caso de Coimbra? Pois, não existe! Então caro senhor, desceu ao nível de um mero déspota, que gere a igreja como quer, dita as normas que quer, e abusa do poder quando quer! Esta não é a Igreja que Jesus legou! Sabe que nome se dá a estas instituições: SEITAS! Pena que esta comunidade bem tarde abriu os olhos, pois desde há vários anos, outras comunidades desde Protestantes, Evangélicos e pasme-se, até Católicos Romanos nos têm avisado que seria melhor sairmos o quanto antes da sua "obediência"! Este conselho até mesmo foi dado por aqueles que de passado fizeram muito bem à comunidade de Lisboa e tal como nós, saíram desiludidos, não é necessário aqui recordar nomes, pois não!? Para terminar: lembre-se que deste pecado vai ter de dar muitas contas e explicações a Deus à hora de sua morte. Laus Deo

Coimbra, 22 de Novembro de 2011

Dom-Prior André I da Hispânea (Humberto Jorge Pereira Rolo
Vigário Apostólico de Aeminium
Prior do Mosteiro de São Jorge Mártir - Coimbra


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