Igreja Católica Ortodoxa Hispânica
Porque Somos Católicos Ortodoxos
A Igreja Católica Ortodoxa Hispânica, professa
a Fé Ortodoxa, que é a verdadeira doutrina pregada por Nosso
Senhor Jesus Cristo, e que foi transmitida pelos Santos Apóstolos aos
seus sucessores e aos fiéis, e zelosamente guardada na sua pureza natural
pela Santa Ortodoxia através dos séculos.
A doutrina ortodoxa é certa e justa, sem reduções nem
acréscimos, baseada nas Sagradas Escrituras, na Tradição
Apostólica e nos Sete Concílios Ecuménicos. É essa
a doutrina ensinada e pregada pela Santa Igreja Ortodoxa, assim como na Igreja
Católica Ortodoxa Hispânica para glorificar a Deus e salvar as
almas, segundo a vontade de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Somos Ortodoxos, porque seguimos a Santa Ortodoxia, a doutrina que observa
os ensinamentos de Nosso Senhor Jesus Cristo, reverenciados e transmitidos
pela Igreja Ortodoxa, embora sigamos um Rito Litúrgico Católico
Ocidental.
A Igreja Católica Ortodoxa Hispânica é a sociedade, baseada
na fé dos doze Apóstolos, dos fiéis cristãos que
obedecem aos pastores canónicos e que vivem unidos pelos elos da Sã Doutrina,
das Leis de Deus e da Hierarquia Eclesiástica divinamente instituída,
assim como pela prática dos Santos
Sacramentos.
A Igreja Católica Ortodoxa Hispânica, como verdadeira Igreja Ortodoxa
professa a Doutrina autêntica de Nosso Senhor Jesus Cristo, tal e qual
nos foi revelada e ensinada pelos Apóstolos no primeiro século
da era cristã, na Terra Santa e nas cidades de Jerusalém, Damasco
e Antioquia. Esta sã doutrina obedece aos mandamentos divinos, e procede
de acordo com a vida da graça que Cristo Jesus nos legou pela sua morte
e edificou pelos Santos Sacramentos da Igreja; acreditamos na vida eterna,
observamos os ensinamentos dos Sete Concílios Ecuménicos e persistimos
unidos aos pastores, bispos e demais sacerdotes católicos ortodoxos,
continuadores em linha recta da obra dos Apóstolos.
A Igreja Católica Ortodoxa Hispânica, reconhece como Chefe Único
da Igreja, sem representantes ou embaixadores, Nosso Senhor Jesus Cristo, que
nos dirige, ensina, repreende e eleva. Ela é depositária da Sã Doutrina
de Nosso Senhor Jesus Cristo e prossegue em todo o mundo a sua obra de amor
e Salvação. Ela ensina as verdades nas quais devemos crer firmemente,
os deveres que havemos de cumprir e os meios a aplicar para nos moralizar e
santificar.
A Igreja Católica Ortodoxa Hispânica, como verdadeira Igreja de
Fé Ortodoxa, reúne as quatro características que distinguem
a Verdadeira Igreja Cristã: É UNA, SANTA CATÓLICA E APOSTÓLICA.
Durante vinte séculos, a Igreja Ortodoxa manteve inalteráveis
os Santos Sacramentos, as próprias doutrinas e os mesmos pastores que
são autênticos e legítimos Sucessores dos Apóstolos.
A designação Ortodoxa procede do facto de ela crer e ensinar
correctamente a sã doutrina de Nosso Senhor Jesus Cristo. Conservou-se
exemplarmente na doutrina, desde a pregação de Cristo, até aos
nossos dias de hoje.
Deus, na sua infinita bondade e misericórdia prometeu à sua Igreja
a assistência do Espírito Santo e a sua união com ela até a
consumação dos séculos, a fim de não cair no erro
nem falhar nos seus ensinamentos.
As fontes de onde se extrai a nossa Fé Ortodoxa são: a Sagrada
Escritura e a Santa Tradição.
A Sagrada Escritura é a Sã Doutrina de Deus revelada ao género
humano por intermédio dos Patriarcas, dos Profetas e dos Apóstolos,
e está consignada no Antigo Testamento e no Novo Testamento.
Ao lermos a Sagrada Escritura, as palavras dos profetas e dos apóstolos
penetram nos nossos corações como se fossem verdades proferidas
pelos próprios lábios desses homens santos, apesar dos séculos
decorridos desde a data do registo dessas obras divinas.
O mais antigo meio de divulgação da Revelação Divina
foi a Santa Tradição. Desde os tempos do primeiro homem, Adão,
até Moisés, não havia nenhuma Sagrada Escritura. Nosso
Senhor Jesus Cristo, o próprio Salvador, transmitiu aos Apóstolos
os seus divinos ensinamentos através de sermões e parábolas,
e não por meio de livros. Assim, no começo, procederam os Santos
Apóstolos que divulgaram, oralmente, as Verdades Divinas, edificando
deste modo as bases da Santa Igreja Católica Ortodoxa. A razão
do registo da Sagrada Escritura foi para conservar, de maneira precisa e inalterável,
a Revelação Divina.
A Santa Tradição Apostólica é o conjunto de verdades
reveladas por Deus, mas não consignadas na Sagrada Escritura; são
transmitidas oralmente de geração em geração. Hoje,
encontramo-la divulgada, por escrito ou por símbolos, nos concílios,
liturgias, costumes, monumentos, pinturas, leis eclesiásticas, bem como
através de sentenças e epístolas ensinadas pelos Santos
Padres da Igreja.
Em resumo, A Tradição Apostólica encontra-se manifestada:
A - nos Sete Concílios Ecuménicos;
B - nas Obras Cristãs dos Santos Padres da Igreja;
C - no Símbolo dos Apóstolos;
D - no Símbolo Niceno-Constantinopolitano;
E - no Símbolo de Santo Anastácio;
F - na Liturgia da Igreja;
G - nos monumentos, pinturas e arqueologia cristãs;
H - nos livros simbólicos da Ortodoxia;
I - no magistério permanente da Igreja;
J - na legislação eclesiástica;
L - nos costumes e usos cristãos.
Mesmo que tenhamos a Sagrada Escritura, devemos seguir Santa Tradição
Apostólica, que está directamente ligada a ela e unida à Revelação
Divina.
A diferença fundamental é a questão do dogma da infalibilidade
papal e a pretensa supremacia universal da jurisdição de Roma,
que a Igreja Católica Ortodoxa Hispânica, como Igreja de Fé Ortodoxa
não admite, pois ferem frontalmente a Sagrada Escritura e a Santa Tradição
Apostólica.
Assim, a Santa Igreja Católica Ortodoxa Hispânica, como verdadeira
seguidora da Sã Ortodoxia, embora seguidora de um Rito Litúrgico
Católico Ocidental, mantém as várias características
da Igreja Ortodoxa Oriental:
1 - Só admite os Sete Primeiros Concílios Ecuménicos;
2 - Admite a procedência do Espírito Santo unicamente do Pai;
3 - Admite o mesmo valor como fonte de Revelação, á Sagrada
Escritura e á Santa Tradição Apostólica;
4 - A consagração do pão e do vinho, no Corpo e Sangue
de Jesus Cristo na Santa Missa, efectua-se pelo Prefácio, Palavras da
Instituição e Epiclese, num todo;
5 - Nega totalmente a infalibilidade de um Bispo, mas aceita-a como uma prerrogativa
de toda a Igreja reunida em Concílio;
6 - Entende as decisões dum Concílio Ecuménico como superior ás
decisões dum Concílio particular, local ou mesmo de um Bispo;
7 - Os Bispos são todos iguais entre si, só reconhecendo ao Bispo
de Roma uma primazia de honra e não uma supremacia sobre toda a Igreja
Cristã;
8 - A Virgem Maria, Mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo, foi concebida
em estado de pecado original, igual a todas as demais criaturas;
9 - Rejeitamos a agregação do "Filioque" no Símbolo
Niceno-Constantinopolitano;
10 - Negamos a existência do limbo e do purgatório;
11 - Não admitimos a existência de um juízo particular
logo após a morte, mas sim, um só juízo universal;
12 - O Sacramento da Santa Unção pode ser administrado aos fiéis
várias vezes, em casos de enfermidade, e não só na hora
da morte ou da agonia;
13 - Não admitimos a existência de indulgências;
14 - No Sacramento do Matrimónio o ministro do Sacramento é o
sacerdote e não os contraentes;
15 - Admitimos o divórcio em situações excepcionais ou
por razões graves;
16 - Nos templos da Igreja só admitimos Ícones;
17 - Os Sacerdotes podem optar pelo celibato ou pelo matrimónio;
18 - O Baptismo é por imersão (excepcionalmente por aspersão);
19 - Admitimos o livre uso do pão com levedura para a celebração
da Santa Missa;
20 - A Sagrada Comunhão é ordinariamente administrada sob as
duas espécies de pão e de vinho (excepcionalmente só de
pão ou só de vinho);
21 - No processo de canonização de um santo, o povo participa
no reconhecimento do seu estado de santidade;
22 - Admitimos ao Santo Crisma e á Sagrada Comunhão logo após
a recepção do Santo Baptismo;
23 - No Sacramento da Reconciliação, o Sacerdote absolve em Nome
de Deus, através do Ministério da Igreja, e não em seu
próprio nome;
24 - Não admitimos o poder temporal da Igreja.
A Santa Igreja Católica Ortodoxa Hispânica, tal como a Igreja
Ortodoxa conserva os dez mandamentos da Lei de Deus na sua forma original,
sem nenhuma alteração como aconteceu com a Igreja Católica
Apostólica Romana, em que os dez mandamentos foram arbitrariamente alterados.
A Igreja Católica Ortodoxa Hispânica, como verdadeira Igreja Ortodoxa,
manteve sem acréscimos nem reduções a Lei que lhe foi
confiada. Em três ocasiões, São Paulo recomendou ao discípulo
Timóteo que mantivesse a fé, incólume e imaculada, tal
como a recebera, dizendo-lhe: "Eu te exorto diante de Deus... que guardes
este mandamento sem maculo nem repreensão até á vinda
de Nosso Senhor Jesus Cristo" (I: VI-13 e 14). "Timóteo! Guarda
o que te foi confiado, evitando conversas vãs e profanas e objecções
da falsa ciência, a qual tendo alguns professado, se desviaram da fé" (I:
VI-20 e 21). "Conserva o modelo de sãs palavras que de mim ouviste
na fé e no amor que há em Cristo Jesus. Guarda o bom depósito
com o auxílio do espírito santo que habita em nós" (II:
I-13 e 14).
Os Patriarcas Ortodoxos Orientais que a Igreja Católica Ortodoxa Hispânica
reconhece e venera como verdadeiros Patriarcas da Santa Igreja Ortodoxa, são
os seguintes:
- O Santo Patriarca de Constantinopla que se intitula: "Arcebispo de Constantinopla,
Nova Roma e Patriarca Ecuménico";
- O Santo Patriarca de Antioquia, que se intitula: "Patriarca de Antioquia,
Cidade de Deus, Silicia, Ibéria, Síria, Arábia e de todo
o Oriente, Pai dos Pais, Pastor dos Pastores, Décimo Terceiro Apóstolo";
- O Santo Patriarca de Alexandria, que tem o título de: "Pai e
Pastor, Papa e Patriarca da Grande Cidade de Alexandria, Lábia, Pentápolis,
Etiópia e de todas as terras do Egipto";
- O Santo Patriarca de Jerusalém, que se intitula: "Patriarca da
Cidade Santa de Jerusalém e de toda a Palestina, Síria, Arábia,
Tranjordânia, Caná da Galileia e do Santo Sião";
- O Santo Patriarca de Moscovo, que tem o título de: "Arcebispo
da Grande Cidade de Moscovo e Patriarca de todas as Rússias";
- O Santo Patriarca Romeno, que se intitula: "Arcebispo e Metropolita
da Hungria e Valâquia, Patriarca Romeno";
- O Santo Patriarca da Sérvia (Jugoslávia), que tem o título
de: "Sua Santidade o Arcebispo de Pecht, Metropolita de Belgrado, Patriarca
Sérvio".
- Venera e respeita igualmente o Santo Patriarca
de Roma e Chefe da Igreja
Católica Apostólica Romana, que tem o título de: "Servo
dos servos de Deus, Bispo de Roma e Patriarca do Ocidente".
Os fiéis da Igreja Católica Ortodoxa Hispânica são
verdadeiros Ortodoxos porque crêem exactamente no que os Apóstolos
ensinaram e nas verdades que a Santa Ortodoxia ensina e que se encontram contidas
no Credo Niceno-Constantinopolitano, onde se afirma:
Creio em um só Deus, Pai Omnipotente, Criador do Céu e da Terra,
de tudo o que é visível e invisível; E em um só Senhor
Jesus Cristo, Filho Unigénito de Deus, nascido do Pai antes de todos
os séculos dos séculos. Luz da Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro,
gerado e não criado, consubstancial ao Pai, por quem foram feitas todas
as coisas; que desceu dos Céus por causa de nós homens, e para
nossa salvação; e encarnou pelo Espírito Santo, na Virgem
Maria e se fez homem. E foi crucificado por nossa causa, sob o poder e Pôncio
Pilatos, padeceu e foi sepultado. E ressuscitou ao terceiro dia, segundo as
Escrituras. E subiu aos Céus e sentou-se á direita do pai. E
novamente virá com glória, para julgar os vivos e os mortos e
cujo Reino não terá fim. E no Espírito Santo, Senhor Vivificante,
que do Pai procede e que é com o pai e o filho adorado e glorificado,
e que falou pelos Profetas; e em Uma Igreja, Santa, Católica e Apostólica;
confesso, também, um só Baptismo para a remissão dos pecados;
e espero a ressurreição dos mortos; e a vida do século
futuro.
Amén.
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